sábado, 10 de outubro de 2009

O MADEREIRO AMBICIOSO

Autor: João do Rozario Lima
Joanzinhorosario31@hotmail.com


Pessoas de vários lugares do planeta ouvindo falar sobre a colonização do Território de Rondônia partiram em busca de melhoras nas densas florestas amazônicas.
Um homem muito ambicioso pensou ficar rico retirando madeiras na floresta. Naquela época havia enormes castanheiras que produziam frutos o suficiente para alimentar os animais, os índios, os pequenos imigrantes e os ribeirinhos dessa região.
O ambicioso homem resolveu derrubar as castanheiras para vender e ser usadas nas construções de casas, cercas e outros.
Naquela época não havia estrada para retirar as toras das castanheiras, o madeireiro procurava derrubar as árvores mais próximas dos rios. Rolando as até o leito do rio e assim conduzia até a cidade mais próxima e ali as vendiam.
Por muitos tempos, o madeireiro fez este mesmo percurso, descendo o rio, coordenando as toras até chegar à próxima vila onde deveria vendê-las.
Logo o INCRA, colonizou a Bacia Amazônica, distribuindo um lote de aproximadamente 42 alqueires para cada agricultor. A partir desta data, foi surgindo, famílias de vários lugares do Brasil e o órgão resolveu reduzir os lotes em 21 Alqueires.
Os colonos e os madeireiros começaram desordenadamente devastar as florestas, não respeitando se quer a fauna e a flora.
As castanheiras revoltadas com o que estava acontecendo aos redores resolveram traçar uma estratégia para parar de vez com aquela matança de suas espécies. Uma velha e enorme castanheira que já havia produzido muitos frutos, sustentando muitos animais, muitos índios e muitos ribeirinhos daquela região, bradou dizendo:
▬ Companheiras, devemos tomar uma decisão imediatamente contra esses intrusos, se ficarmos de galhos cruzados logo não restará se quer uma castanheira para contar esta historia.
As outras castanheiras mais próximas concordaram com a idéia e perguntaram à velha amiga:
▬ Senhora das árvores, o que faremos para controlar a ambição destes intrusos derrubando todas as castanheiras querendo ficar ricos?
▬ Não se preocupem, no momento certo surgirá uma idéia. Agora fiquem alerta.

Os colonos derrubavam as árvores sem importar se eram madeiras para serem industrializadas ou não. Quando secavam as folhas hasteavam fogo destruindo tudo sobre a terra só sobravam cinzas.
Naquela época Rondônia praticamente havia segurança, as pessoas viviam como nos filmes de Faroestes, cada um criava sua própria regra, andavam armados em qualquer lugar, matavam os animais só para divertir-se.
A velha castanheira imóvel, com as raízes cravadas no solo, permanecia produzindo frutos com abundancia alimentando todos que por ali passavam.
O madeireiro ambicioso já possuía moto serras, caminhões e carregadeiras etcs...
As pobres castanheiras tremiam de pavor ao ouvir o ronco do moto-serra e dos caminhões nas florestas, esperavam só o momento de serem derrubadas e transformadas em tábuas, palanques e casas.
A velha castanheira ali imóvel, ouviu um barulho de humanos aproximando, preocupou-se.
O homem chegou bem próximo àquela enorme árvore e disse:

▬ Vejam! A maior castanheira já vista em toda a floresta amazônica, vamos descansar um pouco em baixo dela e depois vamos derrubá-la e carregar os caminhões por hoje.
A castanheira ouvindo aquilo pensou logo em uma forma de parar com aquela destruição, cochichando com os galhos a beira das colegas mais próximas disse:

▬ Filhas! Os assassinos de árvores chegaram, vamos preparar nossos frutos e quando eles dormirem, lancemos frutos sobre eles.
As outras castanheiras ouviram atentamente sua senhora acatando as ordens.
Quando os homens estavam dormindo um sono profundo às castanheiras começaram a lançar castanhas sobre eles.
Os madeireiros apavorados arrastavam-se, todos machucados tentando fugir dos tiros de castanhas, mas pouco adiantou apenas o madeireiro chefe salvou-se ficando paralítico. Esse ex, madeireiro, tornou-se um defensor da floresta amazônica, conta essa história para todas as pessoas ao seu convívio. Ainda diz que a castanheira existe ate o dia de hoje, nem um madeireiro consegue aproximar-se quer do local sem ser atingido por frutos de castanhas e investida de animais que se refugiam embaixo da sombra da velha castanheira.

CHAPEUZINHO VERMELHO E O LOBO

CHAPEUZINHO VERMELHO E O LOBO

Em uma pequena vila montanhosa onde a floresta estava quase intacta, morava uma jovem bela e saudável que tinha o hábito de usar sempre um lindo chapéu de crochê de cor vermelha, por isso os moradores daquela vila o apelidaram de Chapeuzinho vermelho.
Próximo de onde a moça morava também morava um jovem galante e perverso, que tinha o corpo peludo que também herdou o apelido de lobo. Os dois jovens cresceram juntos na mesma vila e sempre ele a lançava galanteios, mas Chapeuzinho Vermelho por saber a fama do jovem Lobo, procurava sempre estar esquivando dos galanteios do jovem.
Lobo sempre pensava consigo: --Um dia agarrarei Chapeuzinho Vermelho. Ela que me aguarde.
A avó da jovem morava um pouco distante em um sitio próxima a vila. A avó de Chapeuzinho Vermelho ainda era bem jovem e vistosa.
O Lobo passeava pela floresta, a fim de encontrar alguma jovem desgarrada e agarrá-la.
Nesse mesmo dia, Chapeuzinho Vermelho, resolveu ir visitar sua avó no sitio. Pegou uma sesta, colocou alguns doces que sua avó adorava e foi pela floresta, der repente, surge na frente da jovem o jovem Lobo e pergunta a Chapeuzinho Vermelho:
--Aonde vai Chapeuzinho Vermelho, radiante, com tanta beleza?
A jovem, um pouco desconcertada, recuperou-se do susto e respondeu ao oponente:
-- Desculpe lobinho! Estou envergonhada por ter assustado contigo.
E o Jovem aproveitando a oportunidade disse a Chapeuzinho Vermelho:
--A bela jovem não tem medo de andar por esta floresta sozinha não?
--Porque deveria ter medo lobinho. Por acaso deveria ter medo do lobo mal que ataca as jovens nesta floresta?
--Claro que não, só faço o que as jovens adoram fazer.
--Como assim?
--Se você me quiser posso lhe ensinar agora mesmo.
--Comigo não lobinho, sou uma moça direita, não lhe dou essas liberdades, até mais.
O jovem revoltado com a resposta de Chapeuzinho Vermelho, mas tentando disfarçar disse:
--Desculpe Chapeuzinho, deixe me acompanhá-la até a casa de sua avó para poder desfazer este mal entendido.
--Não lobo, não pode fazer isto, quando sai de casa minha mãe alertou-me sobre estas coisas, eu nem sei o porquê estou conversando com você, minha mãe se quer pode saber disso.
--Deixe pelo menos ensinar o caminho mais fácil?
--Está bem lobinho, diga já.
--Vai pela floresta que você chega mais rápido na casa de sua avó.
--Más dizem que pela floresta existem muitas feras perigosas.
--Não se preocupe estarei protegendo você.
--Veja lá o que vai arrumar lobinho, mas não deixe ninguém saber que eu ouvi seus conselhos, está bem lobinho.
--Até a casa da vovó comidinha.
] --Nada não, eu disse que você não está sozinha.
Naquele instante passava mil coisas pela cabeça do jovem, der repente ele começou a traçar planos como poderia fazer para pega Chapeuzinho vermelho. Foi nesse instante que ele deu um salto e disse:
--Já sei! Vou pegar um atalho e cegar primeiro que ela na casa da avó, chegando lá, agarro sua vovozinha que ainda não é de se jogar fora, e depois quando ela chegar, sua avó estará amarrada, com a boca tampada e eu agarro a Chapeuzinho.
A jovem desobediente, ouviu os conselhos do Lobo e foi caminhando floresta adentro, demorou várias horas para chegar até a casa da avó. Quando chegou à casa da avó, bateu na porta e gritou: --Vovó! Vovó! Vovó!
A jovem preocupada em não ouvir sua avó responder, começou a chorar. O lobo com a voz masculina tentando disfarçar a voz da avó de chapeuzinho respondeu meio rouco:
--Pode entrar Chapeuzinho.
A jovem estranhando aquela voz rouca entrou de vagarzinho até o quarto. O Lobo disfarçado de vovó estava em baixo do lençol esperando que Chapeuzinho Vermelho chegasse mais perto para poder agarrá-la.
A jovem meio desconfiada perguntou:
--Por que a senhora está com está voz estranha vovó?
--Há minha filha, estou muito gripada e por isto estou rouca.
A jovem ouviu um barulho vindo do quarto dos fundos, correu até lá, encontrou sua avó amarrada, com a boca tampada com uma bucha de pano, apavorada, desamarrou a avó e cada uma delas pegou um cabo de vassoura e espantaram o Lobo que nunca mais tentou agarrar chapeuzinho Vermelho.
Chapeuzinho Vermelho, depois do susto que havia tomado tremendo arrependida-se por ter desobedecido a sua mãe chorava dizendo:

--Vovó, o que aquele Lobo malvado fez com a senhora? Prometo que a partir de hoje nunca mais vou desobedecer meus pais e a senhora. Por causa de minha desobediência é que causei tudo isto.